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Angola: Detenções na véspera de protesto contra o MPLA

 


A ativista dos Direitos Humanos, Yared Bumba, denunciou hoje à DW a detenção arbitrária de três cidadãos no município de Cacuaco, Luanda, durante uma reunião pacífica que antecedia os protestos marcados para terça-feira (11.11) contra o Governo angolano.

Segundo Bumba, homens alegadamente enviados pela polícia interromperam a reunião, agrediram e detiveram um ativista, que se encontra gravemente ferido. Também foram detidos dois advogados.

"Quem tentava obter esclarecimentos acabava preso", afirmou.

Os protestos visam contestar os 50 anos de governação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), denunciando o desemprego, a pobreza extrema e a degradação dos serviços públicos.

En entrevista à DW, Bumba criticou ainda os gastos milionários com o jogo entre as seleções da Argentina e Angola, agendado para sexta-feira, enquanto milhares de crianças continuam fora do sistema de ensino.

Apesar da ausência de resposta oficial por parte do Governo Provincial de Luanda, os organizadores garantem que a manifestação seguirá os princípios constitucionais.

A DW contactou o comando da polícia de Cacuaco, mas não foi possível obter uma reação sobre as denúncias.

DW África: O que aconteceu esta manhã durante a vossa reunião de preparação para os protestos de terça-feira?

Yared Bumba: Tínhamos uma reunião marcada, à porta fechada, em Cacuaco, e a polícia enviou um grupo de milicianos.

Arrastaram-nos.

Começaram a espancar-nos e a perguntar o que se estava a passar.

Não percebemos nada.

Voltámos para tentar acompanhar o companheiro, na tentativa de o libertar das mãos dos bandidos. Quem entrava para saber da situação acabava por ser preso.

DW África: Quantas pessoas estão presas neste momento?YB: Três pessoas. Entre elas, uma está gravemente ferida. Está com o pé deslocado e tem feridas no rosto.