O ativista e analista político Francisco Teixeira MEA lançou duras críticas à atuação do governo angolano, liderado pelo MPLA, apontando falhas graves na política salarial, na gestão de recursos humanos e no tratamento dispensado à juventude. As declarações chamam atenção pela contundência e pela denúncia de contradições internas no aparelho do Estado.
Contradição Salarial: “Um Estado que paga abaixo do mínimo é irresponsável”
Teixeira MEA destacou a incoerência entre o que a lei determina e o que é praticado na administração pública. Apesar de o salário mínimo nacional estar fixado acima dos 100 mil kwanzas, o ativista afirma que funcionários de uma creche pública no Cazenga recebem apenas 30 mil kwanzas mensais.
“Como é que um Estado paga abaixo do salário mínimo aos seus próprios funcionários? Isso é completamente irresponsável”, afirmou, acusando o governo de violar princípios básicos de justiça laboral.
Jovens Militares Abandonados: “Treinaram e depois foram descartados”
Outro ponto crítico levantado por Teixeira MEA é o abandono de milhares de jovens recrutas militares, treinados e preparados para a defesa nacional, mas dispensados abruptamente três dias antes da formatura.
“Eles aprenderam a usar armas e táticas de emboscada, mas foram mandados para casa por ‘não saberem escrever’. Agora temos mais de 4.000 jovens com formação militar e sem emprego. Isso é um perigo social”, alertou.
Falta de Oportunidades e Desrespeito à Dignidade
Teixeira MEA também denunciou a falta de enquadramento de jovens aprovados nos concursos públicos dos setores da Educação e Saúde, apesar da carência de 77 a 78 mil professores no país. Segundo ele, a justificativa de “falta de espaço” para novas contratações é inaceitável.
“Há espaço para comprar carros de luxo e viajar com as ‘amantes e namoradas’, mas não há espaço para garantir dignidade às pessoas”, disse.
“Juventude Angolana humilhada e pisada do MPLA”
Na conclusão de suas críticas, Francisco Teixeira MEA acusa o MPLA de manter uma postura de desrespeito e desprezo pela juventude angolana, afirmando que o governo “humilha, estroça e pisa diariamente os jovens”, sufocando as suas esperanças de um futuro melhor.
